Revelação de Planos de Ataque da Administração Trump é 'Estarrecedora', Diz Principal Democrata a Autoridades de Inteligência

Washington (AP) — Os principais oficiais de inteligência da administração Trump estão comparecendo ao Congresso nesta semana para testemunhar sobre as ameaças enfrentadas pelos Estados Unidos e esclarecer o vazamento de informações militares sigilosas, que expôs planos de ataque de forma inadvertida a um jornalista.

MUNDOPOLÍTICA

3/26/20252 min read

Oficiais de inteligência do governo Trump enfrentam questionamentos no Congresso sobre vazamento de planos militares

Washington (AP) — Os principais oficiais de inteligência da administração Trump estão comparecendo ao Congresso nesta semana para testemunhar sobre as ameaças enfrentadas pelos Estados Unidos e esclarecer o vazamento de informações militares sigilosas, que expôs planos de ataque de forma inadvertida a um jornalista.

Durante a primeira audiência no Comitê de Inteligência do Senado, o senador democrata Mark Warner, da Virgínia, criticou duramente o que chamou de padrão de "comportamento descuidado e incompetente" da administração Trump na gestão de informações sensíveis.

"Deixando de lado o fato de que informações sigilosas nunca deveriam ser discutidas em um sistema não seguro, é simplesmente estarrecedor que ninguém tenha pensado em verificar quem estava participando da conversa no grupo de mensagens", disse Warner, o principal democrata no comitê.

Entre os depoentes desta terça-feira estão o diretor do FBI, Kash Patel, o diretor da CIA, John Ratcliffe, e a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard. Eles voltarão a prestar esclarecimentos na quarta-feira perante o Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes.

As audiências acontecem um dia após a revelação de que altos funcionários de segurança nacional do governo republicano, incluindo Ratcliffe, Gabbard e o Secretário de Defesa Pete Hegseth, compartilharam planos militares para ataques no Iêmen em um grupo de mensagens seguras que incluía o editor-chefe da revista The Atlantic.

O jornalista Jeffrey Goldberg relatou que o grupo de mensagens continha "detalhes operacionais dos ataques iminentes contra rebeldes houthis apoiados pelo Irã no Iêmen, incluindo informações sobre alvos, armas que os EUA utilizariam e a sequência dos ataques". Os ataques foram iniciados apenas duas horas após o vazamento dessas informações.

O representante democrata Jim Himes, de Connecticut, que é o principal democrata no Comitê de Inteligência da Câmara, declarou-se "horrorizado" com o vazamento de informações que historicamente são altamente protegidas. Ele prometeu exigir respostas na audiência de quarta-feira.

Os depoimentos também abordarão as prioridades da administração Trump em segurança nacional, que segundo autoridades várias agências incluem o combate ao fentanil, ao crime violento, ao tráfico humano e à imigração ilegal.

O ex-diretor do FBI, Christopher Wray, frequentemente destacava que os EUA enfrentavam um número sem precedentes de ameaças simultâneas. Ele apontava que as maiores preocupações envolviam espionagem sofisticada da China, ataques de ransomware que comprometiam hospitais e ameaças terroristas internacionais e domésticas.

"Precisamos nos adaptar a um cenário de ameaças que está mudando constantemente, não apenas nos EUA, mas no mundo inteiro", afirmou Kash Patel em entrevista à Fox News no domingo. Ele destacou a crescente ameaça de "narcotraficantes", mas garantiu que "não vamos esquecer ou ignorar a segurança nacional — nunca".

As audiências também ocorrem em meio a uma abordagem significativamente diferente do governo Trump em relação à Rússia, contrastando com anos de sanções aplicadas pela administração Biden devido à guerra contra a Ucrânia.

Na semana passada, o presidente russo Vladimir Putin concordou, após uma longa conversa com o ex-presidente Donald Trump, em interromper imediatamente os ataques contra a infraestrutura energética ucraniana. Segundo a Casa Branca, essa medida é um "primeiro passo rumo à paz".

Com a exposição de informações sigilosas e o impacto geopolítico dessas revelações, o debate sobre segurança nacional nos EUA entra em um novo patamar. Fique atualizado sobre os desdobramentos dessa audiência crucial e suas consequências para a política internacional.