Defesa de Almir Garnier contesta denúncia da PGR e pede análise em plenário do STF

Nesta terça-feira (25), a defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, se manifestou contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando que o documento é "insuficiente" para caracterizar a existência de uma "organização criminosa armada".

MUNDOPOLÍTICASEGURANÇA

3/26/20253 min read

Julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decide futuro de acusados de tentativa de golpe

Nesta terça-feira (25), a defesa do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, se manifestou contra a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), alegando que o documento é "insuficiente" para caracterizar a existência de uma "organização criminosa armada". Durante o julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado e ex-senador Demóstenes Torres pediu que o caso seja analisado pelo plenário da Corte, reforçando que a denúncia não apresenta elementos concretos que comprovem a participação do almirante nos supostos atos golpistas.

A PGR incluiu Garnier entre os acusados do "núcleo crucial" da tentativa de golpe de Estado, que teria sido articulado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após as eleições presidenciais de 2022. No entanto, a defesa sustenta que a acusação é "inepta", pois não detalha de maneira objetiva como o ex-comandante teria contribuído para os eventos de 8 de janeiro de 2023.

Argumentos da defesa e questionamentos sobre a denúncia

A principal linha de argumentação dos advogados de Garnier é a falta de provas concretas na denúncia da PGR. Segundo a defesa, o Ministério Público não demonstrou qualquer ato direto do ex-comandante da Marinha que comprove sua suposta participação na organização do plano golpista.

Além disso, os advogados ressaltam que a denúncia apresenta "lacunas e inconsistências", apontando que documentos e anotações apreendidos pela Polícia Federal não indicam um envolvimento ativo de Garnier nas supostas articulações contra o governo eleito. O advogado Demóstenes Torres enfatizou que a PGR se baseia em "hipóteses e conjecturas" para sustentar a acusação, sem apresentar evidências robustas que justifiquem a denúncia.

Outro ponto levantado pela defesa é que a tramitação do processo na Primeira Turma do STF seria inadequada, defendendo que o caso seja levado ao plenário da Corte para uma análise mais ampla e aprofundada. O pedido foi reforçado pelo argumento de que um julgamento de tamanha relevância institucional não deveria ser decidido por um grupo reduzido de ministros.

Julgamento e possíveis desdobramentos

A Primeira Turma do STF começou a julgar nesta terça-feira (25) a aceitação da denúncia contra Garnier e outros sete acusados de participação na tentativa de golpe. O desfecho do julgamento poderá definir se os envolvidos se tornarão réus e seguirão para as próximas fases do processo.

Caso a denúncia seja aceita, Garnier responderá formalmente pelos crimes apontados pela PGR, incluindo associação criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e incitação ao crime. Caso contrário, o Supremo poderá arquivar a acusação contra o ex-comandante da Marinha, retirando-o do processo.

Contexto e comparativo com outros casos similares

O julgamento de Garnier ocorre em um momento de intensificação das investigações sobre a tentativa de golpe e os eventos de 8 de janeiro. O caso se assemelha a investigações anteriores contra militares e ex-ministros que estiveram próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em processos semelhantes, a defesa de outros denunciados já questionou a condução das investigações, alegando que não há provas concretas para incriminá-los.

Em 2017, por exemplo, a denúncia contra o então presidente Michel Temer por corrupção passiva foi amplamente contestada por sua defesa, que também alegou falta de provas diretas. No entanto, diferentemente do caso de Temer, a denúncia atual da PGR se baseia não apenas em delações premiadas, mas também em documentos e registros de reuniões que supostamente demonstrariam a existência do plano golpista.

O desfecho do julgamento pode ter impacto direto no andamento das investigações e na condução de outras denúncias contra figuras de destaque no governo anterior. Caso a denúncia contra Garnier seja rejeitada, isso pode enfraquecer a tese da PGR e dificultar futuras acusações contra outros investigados. Por outro lado, se a denúncia for aceita, poderá abrir um precedente para a responsabilização de outros militares e aliados do ex-presidente.

Acompanhe as atualizações

O julgamento segue em andamento, e novas manifestações da defesa e dos ministros do STF podem definir os próximos passos do processo. Fique atento às próximas atualizações para saber os desdobramentos dessa importante decisão para o cenário político e jurídico do Brasil.

Quer saber mais sobre esse e outros casos? Continue acompanhando nosso site e receba análises detalhadas e atualizações em tempo real!