Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam mais de 200% em março: análise completa do fenômeno
São Paulo, 24/03/2025 - As ações da Casas Bahia (BHIA3) registraram uma impressionante alta de 202% no mês de março, com um aumento de 45% apenas na última semana.
ECÔNOMIA
3/26/20253 min read


Especialistas explicam: alta das ações da varejista é impulsionada por "short squeeze" e fatores fundamentai
São Paulo, 24/03/2025 - As ações da Casas Bahia (BHIA3) registraram uma impressionante alta de 202% no mês de março, com um aumento de 45% apenas na última semana. Esse movimento tem atraído a atenção de investidores e gerado questionamentos sobre os motivos por trás dessa valorização. Seria um fenômeno puramente técnico ou há fundamentos sólidos sustentando esse otimismo?
Analistas consultados pelo Broadcast apontam que a principal explicação para essa alta é o movimento técnico conhecido como "short squeeze". Esse fenômeno ocorre quando um grande número de investidores está posicionado em contratos de venda (short) e, diante da alta das ações, são obrigados a recomprar os papéis para limitar suas perdas, impulsionando ainda mais o preço do ativo.
Detalhes do movimento das ações
No mês de março, as ações BHIA3 saltaram de R$ 2,65 para R$ 8,00, considerando o fechamento do pregão da última sexta-feira (21). Em 2025, a alta acumulada já chega a aproximadamente 180%2. Apesar dessa valorização, analistas acreditam que ainda há espaço para avanços no preço, embora o ano de 2025 continue desafiador para a companhia.
Impacto do Carnaval e entrada de novos investidores
Nos primeiros dias de março, após o retorno do carnaval, a varejista conseguiu recuperar as perdas registradas em fevereiro em apenas três pregões. No dia 11, o Grupo Casas Bahia informou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o investidor Rafael Ferri atingiu uma participação de 5,11% no capital social da companhia. Essa aquisição, realizada tanto em posição de pessoa física quanto por meio de empresas sob controle de Ferri, intensificou a alta das ações e aumentou a volatilidade.
Pedro Accorsi, analista da Ticker Research, destaca que uma valorização tão expressiva em um curto período dificilmente se explica por um único fator. Normalmente, é resultado da combinação de diversos elementos, e no caso da Casas Bahia, não foi diferente.
"O ponto de partida provável desse movimento foi a entrada do executivo Rafael Ferri no quadro de acionistas da companhia, rapidamente alcançando mais de 5% de participação. A abertura de uma nova posição relevante costuma provocar fortes altas na cotação, pois sinaliza ao mercado um possível ponto de inflexão", observa.
Efeito FOMO e pressão sobre os investidores vendidos
Esse movimento inicial de compra atraiu a atenção de outros investidores, que, temendo perder a oportunidade, passaram a adquirir ações da empresa, amplificando ainda mais a alta. Esse fenômeno é conhecido pela sigla em inglês FOMO, de "fear of missing out", ou "medo de ficar de fora" de um investimento.
Além disso, Accorsi aponta que as ações da Casas Bahia estavam entre as mais vendidas a descoberto (short) do mercado, com um porcentual elevado de posições apostando na queda do ativo. Diante da valorização intensa, investidores vendidos foram pressionados a encerrar suas posições para limitar prejuízos, recomprando ações no mercado.
Melhora nos fundamentos e perspectivas para 2025
Hugo Queiroz, sócio e diretor da L4 Capital, acredita que o fluxo e a melhora nos fundamentos da empresa levaram diversos investidores que estavam posicionados contra o papel a desmontar suas posições, resultando no chamado short squeeze1.
"Com geração de caixa e dívida equacionada, a empresa deve continuar entregando resultados positivos como fez em 2024", avalia Queiroz1.
Quanto à continuidade desse movimento, os analistas afirmam que é impossível prever com precisão. A alta pode se prolongar por algum tempo ou se encerrar repentinamente, com correções acentuadas na sequência. Tudo dependerá da persistência da demanda por compra.
Desempenho operacional e desafios futuros
O resultado operacional da Casas Bahia nos últimos três meses de 2024 apresentou melhora, mas a lucratividade ainda deixou a desejar. Para os analistas da Genial, o ano de 2025 será de grandes desafios para a varejista, devido à alta alavancagem financeira e incertezas no segundo semestre1.
Em teleconferência sobre os resultados, o CEO do Grupo, Renato Franklin, afirmou que a companhia dará continuidade ao plano de transformação iniciado em agosto de 2023 e espera que a segunda fase seja concluída até o final deste ano1.
Franklin destacou que a busca gradual por rentabilidade já se refletiu no lucro bruto de R$ 2,5 bilhões no último trimestre de 2024, representando uma alta de 20,3%. A margem bruta de lucro foi de 30%, um ganho de 3,2 pontos percentuais em relação ao ano anterior1.
"O nosso compromisso não é com crescimento, é com a rentabilidade", afirmou o executivo durante a teleconferência para explicar os resultados do quarto trimestre de 2024.
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